Com o belo texto de Eduardo Lara Rezende, a Escola Estadual Padre José Gonçalves de Souza deseja aos alunos , pais, parceiros, autoridades, professores e demais funcionários um Natal iluminado pela luz de CRISTO!...
Luzes verdadeiras
Está aí o tempo que a cada ano se repete – tempo de luzes e de festas. Tempo em que ressurgem manifestações pelas quais procuramos suavizar o que fomos. Agora é o tempo de escovar palavras, cujo sentido nossa acidez desgastou em onze meses do ano. Festivamente adornadas, sobrevivem até que logo tudo se dissolva, dando lugar ao folião que precede nosso habitual individualismo.
Pertencemos a uma sociedade que aprecia rituais e formalismos. Ao avizinhar-se Dezembro, é inevitável desejar que nosso próximo alcance a felicidade que vimos incansavelmente perseguindo. Tivéssemos certeza da eficácia desses votos, e talvez não resistíssemos à tentação de nos locupletar primeiro. O próximo bem poderia ter um pouco mais de paciência, fosse cuidando do próprio fôlego para continuar perseguindo a tal felicidade.
É provável que nossos natais mais felizes tenham sido os de um tempo em que trazíamos, no coração, pura ingenuidade e fé novinha. Uma sorridente fé naqueles que nos rodeavam em casa, na rua ou na escola. Ser feliz era então algo naturalmente simples, alcançável. Era fácil encontrar a felicidade nos sorrisos e nas descobertas, nas surpresas e nos abraços. Com ela dividíamos o travesseiro e os sonhos. E nos dezembros era possível reconhecê-la, como nossa infância, em cada detalhe de uma festa em que reluziam o antes e o durante, para esmaecer-se no depois – porém aos poucos, misericordiosa e companheira.
Não há nostalgia, e sim a dúvida se ainda somos capazes de nos reconhecer nos votos que auguramos. Estar inteiro nos anseios de paz e de solidariedade – palavras cujo sentido vai sendo distorcido pelo interesse em vender e arrecadar – significa bem mais do que formalmente pronunciá-las. Sempre será proveitoso considerar a verdadeira inspiração de um tempo em que, na festa maior, ainda brilham as verdadeiras luzes. Ainda.
Porque, sem elas, só restará o brilho efêmero de uma fantasia triste.